sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Mano

Com toda a sinceridade. Creio que até chegarmos à Copa de 2014 o Mano Menezes terá conseguido formar uma ótima seleção. Só faltará um técnico.
Téo - 23/09/2011

terça-feira, 20 de setembro de 2011


Respeite o sinal vermelho!!!
Sempre que volto a escrever sobre um tema qualquer, minhas reflexões encontram, na raiz dele, impropriedades legais, seja no não cumprimento de normas, seja pela existência de outras inviáveis de serem cumpridas, ou pouco claras ou, ainda, claras, necessárias, porém, de execução pouco ou nada fiscalizada e, ainda, aquelas que este criativo povo brasileiro encontrou forma de burlar.  
Refiro-me às tarjas que, todos sabem, existem estampadas nas embalagens dos medicamentos. Há cores delas para todos os gostos. Pretas, amarelas, vermelhas e, ainda, as que se livraram delas com respaldo legal e/ou científico. Antes de entrar no cerne do assunto que me leva a escrever, é bom que eu diga, como profissional que sou na área, que julgo correta a aplicação delas, inclusive, da policromia toda.
Obviamente, não cabe aqui explicar do que cada uma delas nos adverte.
Detenho-me na vermelha. Fazendo um paralelo com os semáforos do trânsito, cuja luz nos indica “Pare”, esta cor nos medicamentos significa o mesmo.
Criada há cerca de quarenta anos, a lei obriga a enorme maioria dos medicamentos vendidos no mercado brasileiro, a ostentar o “semáforo” vermelho, isto é, são de “venda obrigatória sob prescrição médica”. Deste modo, quem fosse ao estabelecimento farmacêutico (drogaria ou farmácia) para adquirir tal produto, saberia que somente o poderia fazê-lo mediante a apresentação da prescrição do médico. Nada mais coerente. Países desenvolvidos assim procedem, mesmo sem tarja. Médicos e farmacêuticos também têm a obrigação de conhecer.
Há cerca das mesmas quatro décadas, isto tem sido sistematicamente ignorado. É mais um instrumento legal que não “pegou” neste nosso país BRIC, emergente. Uma farra de sérias conseqüências.
Vocês devem estar se perguntando a razão pela qual resolvi falar disso agora.
Nossos responsáveis pela vigilância sanitária sabendo que a tarja vermelha é “só prá inglês ver”, decidiram “pinçar” a classe dos antibióticos incluída dentre as que têm a faixa vermelha. Desrespeitada, tal como outras. Criou-se, então, um sistema de retenção da receita para os antibióticos, sistema ainda não totalmente implementado, porém, já surtindo efeitos de diminuir o consumo desenfreado nesta categoria. Sábia decisão, pois, mais do que outras classes, o uso indiscriminado dos antibióticos leva à graves consequências aos pacientes. Já presenciei usuários irem à farmácia e pedirem ao balconista, o antibiótico a que estão habituados a consumir livremente para, pasmem, uma simples dor de cabeça! Na extremidade dos riscos, estão as bactérias que criaram resistência e “não mais dão bola” àqueles antibióticos que sempre as inativaram. Neste mesmo mecanismo estão também as infecções hospitalares.
Pois bem. Uma vez dificultado o acesso indiscriminado aos antibióticos, divulga agora a imprensa que os consumidores passaram a substituir antibióticos pelos anti-inflamatórios, os quais também ostentam o mesmo sinal vermelho, mas que continuam também (com pouquíssimas exceções legais) a serem vendidos livre e indiscriminadamente. Anti-inflamatório é anti-inflamatório. Antibiótico é antibiótico. Nada tem a ver um com o outro sob o ponto de vista farmacológico. Acontece que os anti-inflamatórios usados impropriamente, levam a outros efeitos secundários graves (lesões renais e gástricas). E agora? Precisaremos de uma nova norma da norma para esta categoria também?
Que coisa não? Tudo porque um regulamento não é respeitado e pouco fiscalizado há quatro décadas!
Mais um sinal vermelho para a saúde do brasileiro. Aceso há quarenta anos e, tal como os semáforos verdadeiros, poucos os atendem, e cujas consequências podem levar a uma tarja preta para a qual não há mais remédio.
O otimista aqui crê que tão somente o respeito multilateral a uma norma essencial seria o suficiente para evitar inúmeros danos. Não é utópico, não seria de difícil execução. Basta um pouco de cidadania.
Téo – 19/09/11