domingo, 22 de maio de 2016

O renascimento de uma falecida


Há um "pequeno" detalhe que chama a minha atenção nestes novos tempos de Brasil. 
Obviamente, para se afastar, ou não, um presidente ou UMA presidente da República, devemos nos pautar no que diz o que preceitua a chamada Carta Magna, vulgarmente conhecida como Constituição da República. Igual importância têm outras decisões do poder judiciário que devem e têm sido seguidas.
Aqui é que entra o que chamei de "pequeno detalhe".
Para alegria da presidente afastada e sua "equipe" existiram muitas outras condutas que até mesmo poderiam ser motivos para afastá-los, mas que com muito mais propriedade ela poderia qualificá-los de golpe já que, creio, não existe instrumento legal para aplicá-los, muitos menos com objetivos de afastar um presidente.

Eu justifico meu argumento.
Vocês já repararam nestes cerca de dez dias de interinidade do atual governo, que algo um pouco mais semelhante à verdadeira língua portuguesa passou a ser ouvido após um longo tempo de ostracismo?
Que prazer  inebriante poder ouvir um detentor de poder falar  algo compreensível para a média dos cidadãos do Brasil! Mais ainda, quando esta gramática compreensível vem acompanhada de articulação e concatenação de ideias! Mesmo que elas tenham conteúdos com os quais discordemos, ou que possam ser equivocados ou que sejam injustos ou que até poderiam ser qualificados como golpistas.
Que alegria!
É claro que o espaço de dez dias não é tempo suficiente para que se faça quaisquer juízos de valor da nova equipe. O tempo dirá.
Mas é certo que podemos desde já comemorar o renascimento da linguagem pátria, ao menos no meio oficial, bem como da clareza e coerência ao expressá-la.    

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Honradez, a falta de




Sra. dona Dilma Roussef,

escrevo este breve comentário alguns minutos após você receber a notificação para se afastar por até 180 dias do cargo que ocupa e, especialmente, logo após suas palavras pronunciadas naquela sua difícil hora.
Estamos no pleno Estado de Direito e, assim, posso emitir opinião, a de que o que você fez naquele momento foi estimular a discórdia, fomentar a revolta de todos nós brasileiros, dentre os quais, certamente daqueles que eram seus 54 milhões de eleitores, tão usados por você como defesa. 
Esperávamos, ingenuamente talvez, naquele instante, por uma postura nova em você, ou seja, sentimentos de humanidade com humildade, o que não acorreu.
Você se esqueceu que terá ainda 180 dias pela frente, concedidos pelo Estado de Direito para se defender. No entanto, se esta derradeira oportunidade te resta, a possibilidade de sucesso para você deixou de existir, pelos mesmos motivos que a fizeram cair no descrédito do brasileiro, e colocaram em risco nossos sentimentos de brasilidade e o nome internacional do Brasil, devido à sua arrogância, sua falta de comunicação, até com seus eleitores, aos seus ouvidos moucos às opiniões de cabeças muito mais bem pensantes do que a sua, seu desconhecimento total organizacional e de liderança, etc. E, finalmente, a sua teimosia em, mesmo nesta última hora, reiterar o uso do termo "golpe", considerando ainda o ato que a afastou como uma grande fraude jurídica e política. O conteúdo do seu pronunciamento, certamente comprometeu mais ainda os próximos estertores de suas defesas. Me desculpe lembrá-la de que o período que se seguirá teve rito respaldado pelo STJ, e terá na presidência do tribunal da ocasião, o Senado, do ministro maior do poder judiciário, poder este que sua cegueira incluiu como co-responsável de uma farsa a você.