segunda-feira, 29 de setembro de 2014

DEBATE?

“DEBATE”?
A democracia brasileira foi conquistada a duras penas, após atravessarmos período de escuridão totalitária das liberdades de opinião.
Quem não se recorda das Diretas Já? E da Constituição de 1988, imperfeita, mas, democrática, devolvendo direitos aos brasileiros.
Após longo jejum chegamos aos grandes momentos desejados por quaisquer democracias que se preze. Eleger seus governantes. Mas, como sabemos, brasileiro é um cidadão de grande criatividade. Inúmeras vezes voltada às mazelas.



Um subproduto da nossa discutível natureza democrática é o horário político obrigatório (tal como o é o a Voz do Brasil) nascidos a pretexto de dar oportunidade igualitária de divulgação a todos os candidatos aos cargos eletivos.  IGUALITÁRIA? Alguns o usam por longos 12 minutos, outros mal têm tempo de cumprimentar os eleitores com o seu Boa Noi......!
E assim, dentre várias outras aberrações, neste próximo pleito presidencial novamente se deturpa até a definição mais trivial dos dicionários para o verbo DEBATER, qual seja, DISCUTIR UMA QUESTÃO. Os dicionários a definem, também, como QUERELA, DISCUSSÃO, ALTERCAÇÃO. A propósito, DISCUTIR se define como examinar, investigar, tendo em vista provas e razões prós e contras. Nada julgado necessário pelos nossos candidatos.
Esse "DEBATE” é explorado até como avaliador de audiência nos diversos canais de TV nos quais acontecem. Porém, a própria definição gramatical trivial do termo DEBATE foi preterida em favor daquela que contém os piores atributos querela, altercação, discussão (no mal sentido), provocação.
Outra aberração gerada nas campanhas eleitorais é a figura do chamado MARQUETEIRO. Por si só o termo já me soa pejorativo. Nada tenho contra o marketing. Muito pelo contrário. Se o tivesse eu não teria concluído uma segunda faculdade, a de Comunicação e Marketing, ferramentas indispensáveis em várias áreas sociais.
No entanto, MARQUETEIRO NÃO FAZ MARKETING, pois este tem que ser ético, estudioso das diferenças sociais e de hábitos, respeitar diferenças. O atua dito Marqueteiro político tem como ferramenta o VALE-TUDO para obter os fins de quem o contrata.
É o que vemos hoje nos “debates” e campanhas eleitorais pré-pleito presidencial atual. É o aviltamento maior da ética. Institutos de Pesquisa de Opinião apresentam a cada par de dias projeções para que candidatos e marqueteiros de posicionem (esclarecem o eleitor?). Vemos, então, as várias ferramentas ditas mercadológicas corrompendo a ética, a moral e a VERDADE. Marqueteiros avalizados pelos seus contratantes disparam dardos envenenados de mentiras ou sem provas, dirigidos contra concorrentes que suas privilegiadas cabecinhas usam para arrasar os números de adversários que os institutos de pesquisa de opinião, de competência duvidosa, sugerem que se faça.
E, assim, ficamos nós, pobres eleitores, donos da maior arma disponível para reformar um país, perdidos diante de televisores, respirando um ar de descrença total naqueles que deverão dirigir nosso pobre Brasil por mais uma legislatura. Democracia?

Téo