“DEBATE”?
A democracia brasileira foi
conquistada a duras penas, após atravessarmos período de escuridão totalitária
das liberdades de opinião.
Quem não se recorda das
Diretas Já? E da Constituição de 1988, imperfeita, mas, democrática, devolvendo
direitos aos brasileiros.
Após longo jejum chegamos aos
grandes momentos desejados por quaisquer democracias que se preze. Eleger seus
governantes. Mas, como sabemos, brasileiro é um cidadão de grande criatividade.
Inúmeras vezes voltada às mazelas.
Um subproduto da nossa discutível
natureza democrática é o horário político obrigatório (tal como o é o a Voz do
Brasil) nascidos a pretexto de dar oportunidade igualitária de divulgação a
todos os candidatos aos cargos eletivos.
IGUALITÁRIA? Alguns o usam por longos 12 minutos, outros mal têm tempo
de cumprimentar os eleitores com o seu Boa Noi......!
E assim, dentre várias
outras aberrações, neste próximo pleito presidencial novamente se deturpa até a
definição mais trivial dos dicionários para o verbo DEBATER, qual seja,
DISCUTIR UMA QUESTÃO. Os dicionários a definem, também, como QUERELA,
DISCUSSÃO, ALTERCAÇÃO. A propósito, DISCUTIR se define como examinar,
investigar, tendo em vista provas e razões prós e contras. Nada julgado
necessário pelos nossos candidatos.
Esse "DEBATE” é explorado
até como avaliador de audiência nos diversos canais de TV nos quais acontecem.
Porém, a própria definição gramatical trivial do termo DEBATE foi preterida em
favor daquela que contém os piores atributos querela, altercação, discussão (no
mal sentido), provocação.
Outra aberração gerada nas
campanhas eleitorais é a figura do chamado MARQUETEIRO. Por si só o termo já me
soa pejorativo. Nada tenho contra o marketing. Muito pelo contrário. Se o
tivesse eu não teria concluído uma segunda faculdade, a de Comunicação e
Marketing, ferramentas indispensáveis em várias áreas sociais.
No entanto, MARQUETEIRO NÃO
FAZ MARKETING, pois este tem que ser ético, estudioso das diferenças sociais e
de hábitos, respeitar diferenças. O atua dito Marqueteiro político tem como
ferramenta o VALE-TUDO para obter os fins de quem o contrata.
É o que vemos hoje nos
“debates” e campanhas eleitorais pré-pleito presidencial atual. É o aviltamento
maior da ética. Institutos de Pesquisa de Opinião apresentam a cada par de dias
projeções para que candidatos e marqueteiros de posicionem (esclarecem o
eleitor?). Vemos, então, as várias ferramentas ditas mercadológicas corrompendo
a ética, a moral e a VERDADE. Marqueteiros avalizados pelos seus contratantes
disparam dardos envenenados de mentiras ou sem provas, dirigidos contra
concorrentes que suas privilegiadas cabecinhas usam para arrasar os números de
adversários que os institutos de pesquisa de opinião, de competência duvidosa,
sugerem que se faça.
E, assim, ficamos nós,
pobres eleitores, donos da maior arma disponível para reformar um país,
perdidos diante de televisores, respirando um ar de descrença total naqueles
que deverão dirigir nosso pobre Brasil por mais uma legislatura. Democracia?
Téo