Homenagem
a Gérson, o “Canhotinha de Ouro”
Muitas das crianças que
derramaram suas lágrimas com as nossas desastrosas derrotas na Copa 2014, nem devem ter ouvido falar do seu nome.
.
Talvez tenham visto um comercial de TV relativamente recente, criado por um infeliz publicitário e que o craque, Gérson
de Oliveira Nunes, aceitou fazer, no qual se mostra pronunciando a infeliz frase
“GOSTO DE LEVAR VANTAGEM EM TUDO”. Gérson mal sabia que a frase marcaria a sua vida para sempre.
Deste modo, o craque, cujo
estilo de jogar tanto faria falta à desastrada seleção de Felipão na copa 2014, passou também para a história identificado como alguém que, egoisticamente, adoraria levar
vantagem em tudo, e não o produto anunciado e, ainda, extrapolando, a um povo que se
identificaria da mesma forma com o texto.
Mas, Gérson entrou para a
história do futebol como o grande regente da maior das seleções brasileiras de
todos os tempos, a de 1970, tricampeã mundial, o último dos títulos mundiais conquistados pelo Brasil com futebol-arte nos pés. Astros como Pelé, Tostão, Rivelino, Jairzinho,
Clodoaldo e outros, por incrível que possa isto parecer, ficaram em segundo
plano nas lembranças daquela Copa.
Gérson estava lá como o mestre,
com o poder de orientar os mais jovens dentro do campo, com seus passes
sob-medida da 40 metros de distância, com suas malícias de jogo, sem violência no campo,
com sua capacidade de fazer gols, tendo sido seu, o gol decisivo na final contra
a Itália.
Retornemos ao grupo (comissão técnica, dirigentes e jogadores) que nos
deixou indignados no vexame final desta copa de 2014. Existe um enorme
simbolismo na forma desta última seleção atuar, com seus chutões de ligação direta da nossa retaguarda para
a área adversária, atravessando um imenso campo deserto em seu caminho, como que a
recordar que ali faltava um ou mais gérsons, lamentavelmente um tipo de
jogador que não mais se cria no Brasil.
Téo – 15/07/2014