sexta-feira, 27 de maio de 2011

Adendo à Morte Morrida

Uma leitora postou um interessante comentário sobre o assunto da Morte Morrida. Como vocês viram fui levado àquela reflexão a partir da expressão Falência de Múltiplos Órgãos, abreviando FMO, usual em atestados de óbito, causa mortis. Bem, como em cada cabeça uma sentença, a comentarista me lembrou que o evento valia para a política e a administração pública. Vive-se (ou morre-se) num pais chamado Brasil, com S ou com Z, tanto faz, da doença grave denominada FMOP, abreviatura de Falência de Múltiplos Órgãos Públicos. Neste laudo, certamente, ninguém está usando de subterfúgios para esconder nada, como o faz a FMO com a morte. A FMOP já levou a morte inúmeras esperanças de brasileiros que procuravam um lugar ao sol na vida. E continua levando. Curioso que todos nós até incentivamos a criação de inúmeros órgãos públicos, até mesmo escolas, hospitais. Políticos criam placas comemorativas de criação e fitas simbólicas de inauguração. Esquecemos que eles tem grande histórico de entrarem em falência. Com raríssimas exceções, entram mesmo. Como avidatemremedio, título do blog deste otimista, creio que há um único remédio para a FMOP. Chama-se VOTOL, ação prolongada.        
Téo - 05/2011

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Morte morrida

Morte morrida
Epa! O que é isso? Um cara que se diz otimista vem aqui falar em morte? Peraí (desculpem, esqueci a regra culta novamente). Explico. Encasquetei por ver em obituários o enorme percentual da causa mortis atribuída à “falência de múltiplos órgãos”.
Caramba! Quanta gente morre por FMO! Apesar de formado em área de ciências biológicas, sempre imaginei que o laudo era um subterfúgio do emissor do documento legal para justificar o injustificável, não dizer que foi “morte morrida”. Morrer, verbinho que nós, mortais, temos horror de empregar (ou de sentir, quem sabe?).  Convenhamos a bem da verdade, não daria para dizer nestes casos que foi de causa real desconhecida, nem de morte morrida. Pegaria mal e, além do mais, seria uma inverdade científica. Para minha surpresa e confirmação da minha ignorância no assunto, fui buscar mais informações e constatei que, tecnicamente, a FMO é um quadro mórbido, também conhecido como “insuficiência de múltiplos órgãos”, designação sob a qual consta no CID (= Classificação Internacional de Doenças). Fui, então, mais a fundo e encontrei a seguinte menção em revista especializada científica:
“com relação à mortalidade, as estatísticas revelam que quando apenas um órgão é insuficiente, está em torno de 25% a 30%, aumenta para 50% com dois órgãos, 75% com três órgãos e 100% quando quatro órgãos entram em falência”.
Incrível, não?! Quando quatro órgãos falirem, simplesmente você morreu. A pesquisa só fez confirmar minha impressão do pseudo subterfúgio constante do atestado de óbito (claro, com todo respaldo da ciência). Por que então este tema na pauta de um blogueiro otimista? Porque vejo neste assunto escolhido, uma desesperada fuga de nós mortais em encarar de frente tudo o que se refere ao mais inevitável dos eventos da vida. A morte. Chegamos, inclusive, a contra-sensos, como o de olhar para ela muitas vezes com mórbido prazer, a encarar com indiferença a avassaladora atual banalização da vida. Há uma distorção enorme nisto tudo. Penso que se encarássemos a “dona coisa” sem preconceitos, fato da realidade, evento inevitável, a vida correria melhor, mais prazerosa, valorizando mais e entendendo a vida.
Pela atualidade do fato, por termos todos compartilhado, vivido junto mesmo, a luta até bem humorada pela sobrevivência do bravo, valente, vice-presidente José de Alencar, transcrevo manchete publicada pela Agência Estado em 29/03/11, e elaborada com texto extraído do próprio boletim médico do hospital onde faleceu – morreu – desencarnou – expirou – nosso Alencar:
“José de Alencar morreu de câncer e falência de múltiplos órgãos”. Não bastaria dizer: “morreu de câncer”? Câncer? Outra palavrinha (ou palavrão?) impregnado de outros preconceitos. Mas, então ela encontrou-se na manchete com a FMO que justificou o................ desenlace.
Téo 05/2011  

terça-feira, 17 de maio de 2011

Refri

Há uma famosa e antiga marca de refri no mercado internacional e, claro, no brasileiro, sobre o qual desde a sua introdução no mercado pairaram, e pairam, inúmeros mistérios sobre a sua real fórmula. Não somente a curiosidade despertou-me o interesse pelo bombardeio de dúvidas sobre a composição dele, mas também, porque alimentos e bebidas industrializados são áreas da minha formação profissional. Todo debate, provavelmente, teria se esvaziado na origem, se o sabor do seu conteúdo não tivesse caído no gosto dos consumidores, especialmente dos jovens. De tudo quanto já se disse sobre ele, destaco coisas do tipo "nasceu para ser remédio, xarope para tosse"; "causa dependência, vicia"; "experimente colocar o líquido numa bandeja com carne e veja como dissolve o bife”. Faria o mesmo com o estômago do consumidor?". Bem, esqueçamos o mistério até hoje não esclarecido, e vamos abordar o mesmíssimo refri sob a luz do título e objetivos do nosso blog, otimista inveterado que sou.  Como? Depois de tudo quanto se afirma desta bebida? 
Está sendo veiculado na mídia o comercial "Existem razões para acreditar, os bons são maioria", expressão que afirmam ser baseada em um estudo sobre o mundo atual. Com frases do tipo  "para cada um dizendo que tudo vai piorar, 100 casais planejam ter filhos", "para cada corrupto há 8 mil doadores de sangue", "para cada tanque fabricado no mundo, são feitos 131 mil bichos de pelúcia", "amor tem mais resultado que o medo". Dá pra concluir que os gênios do marketing produziram o comercial com o componente da formulação que julgaram mais indicado para vender o refri: o OTIMISMO! Conclui-se que otimismo vende, pois as afirmativas são provenientes de pesquisa. Por outro lado, observamos aqueles que enxergam como pessimistas afirmarem que "cada refri desta marca que se compra ajuda os americanos a invadirem países" ou que "os alienados são maioria...." 
Do mesmo modo que o mistério da formulação permanece, não chegaremos a uma conclusão sobre quem saírá vencedor na disputa otimistas x pessimistas nesta causa. Porém, uma coisa é certa: o refri sempre vendeu milhões de unidades usando mensagens criativas calcadas em comerciais pouco inovadores, tradicionais. Se a mensagem atual usou o otimismo como ingrediente, e o produto continua querendo não somente vender, mas aumentar suas vendas é porque sabe que OTIMISMO VENDE, apesar dos mistérios do xarope... E se otimismo vende, a pesquisa e as frases apontadas no comercial devem estar certas.
Téo – 17/05                       

sábado, 14 de maio de 2011

Uma explicação necessária

Utopia?
Não acredito muito no que se denomina e conceitua como Utopia. Dizem os dicionários: algo que nunca foi realizado no passado e não se prevê que aconteça no futuro; projeto ou sonho que nunca poderá ocorrer. Será que neste nosso mundo acelerado dá mesmo para aceitar esta definição? Acho que não. Desculpem, não sou visionário. Um ligeiro olhar nos faz perceber tudo quanto aconteceu de mudanças de muito pouco tempo para cá, coisas tidas até então como impensáveis. No meu perfil rotulo-me como um otimista inveterado. É isso mesmo. E porque acredito. Mas, acreditar cegamente não.  Assim ditas religiões professavam e professam a fé cega, e deu no que deu. Morre-se desnecessariamente em nome delas. Milênios de História narram acontecimentos sangrentos em nome de religiões. É necessário analisar e adotar postura otimista. Otimismo para acontecer o quê? Melhorar, a nossa Terrinha se transformar num lugar menos vale de lágrimas, com menos catastrofistas. História da carochinha? Conto de fadas? Não!!! Dá pra mudar, porém, não com velocidade similar ao turbilhão de mudanças após Bill Gates. Mas dá.
Com esta visão tornei-me um observador crítico do que ocorre no nosso dia a dia atual. Para ter menor chance de errar, dou ênfase na observação de um tema de minha formação profissional, o medicamento de um modo geral, não técnico, e do qual muitos falam, mas  poucos entendem. Enfatizo também assuntos de interesse dos grupos das pessoas portadoras de deficiência, no qual me insiro e que foi o embrião dos meus genes otimistas. Faço também, algumas incursões analíticas apesar de ignorante que sou em fatos políticos, sociais e esportivos. Ninguém é de ferro.
Teo - 14/05/11