sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

FELIZ CHAVÃO

Feliz Chavão

Nestes tempos em que tudo se padroniza, que tudo é repetitivo, tentei buscar a inspiração para esta mensagem de festas que encerram o ano.

Hoje exalta-se o respeito às diferenças necessárias, mas se têm procedido, em tudo, pela mesmice. O linguajar é padronizado, as expressões são idênticas e repetitivas na boca de muitos. Alguém, em algum lugar do planeta, ousa pintar uma unha de uma cor não tradicional, aparece em público, ouve-se um grito de "é moda", e eis que milhões de dedos aparecem pintados da mesma cor.
Palavras também viram moda. Surgiram os "basicamente", os "na verdade", os "patamares", os "enfim", os "afinal" e várias outras.
Então, fui escrever a minha mensagem aos amigos, como é praxe para a época. O pensamento clama e diz, puxa, e se eu não me comunicar, enviar um cartãozinho, um e-mail? Pega mal. Perco a amizade? Tivemos os onze meses anteriores para fazer isso, para nos aproximar e não o fizemos e, agora temos de?       
Muito bem, Escreva logo, Téo. Tá na hora. O estrangeiro Papai Noel já colocou dois pés na chaminé do apartamento do quarto andar.
Começo com "um feliz".... Todo mundo já começou assim, Não. Mudo. "Um próspero".... O quê quer dizer isso? Nem sei. Vou ao dicionário mais tarde e vejo. Mas tem que ter o próspero, todo mundo põe. "Um repleto e cheio" também. Epa, mas repleto e cheio não quererão dizer a mesma coisa? Mas, se eu usar repleto de alegria e cheio de harmonia seria diferente. Mas repleto não se diz para um estádio de futebol lotado, para platéia de teatro, e cheio não se usa para "saco", para "de graça", "de gente", etc. Então, repleto e cheio não querem dizer a mesma coisa. É isso. 
Penso nas boas entradas. Quais entradas? Ingresso? De cinema, de shows, do desfile da Sapucaí? Então vai "muita Harmonia". Já que o assunto é desfile de escola de samba a Harmonia é coisa importante, combina.
Páro por aí. E resolvo dizer que quaisquer dos chavões são importantes para expressar nossos votos (muito mais aos bons políticos), porém, que tais votos não venham impregnados do vazio dos chavões sem conteúdo com os quais nos acostumamos, atrás dos quais se escondem doses de obrigação, de interesses financeiros (te desejo um próspero ano novo e que você continue a comprar muito de minha indústria, loja ou o que quer que seja). 
É indiscutível a importância que tudo isto pode ter na melhoria da convivência universal. Mas, certamente deveríamos formular tais desejos olhando-nos ao espelho e sabermos que todos estes votos, mesmo que sejam chavões, serão mais eficientes se dirigidos por nós para nós mesmos, pois, chegarmos ao equilíbrio, à prosperidade, à harmonia, à paz, e porque não dizer, à saúde, à educação e à alegria, depende do esforço próprio de cada um de nós, do trabalho em aparar nossas próprias arestas de atitudes, mudarmos a ordem dos valores criados equivocadamente, etc. Certamente, para isso precisaremos e poderemos contar com a ajuda do aniversariante, o dono da festa, tão desprezado e esquecido no momento do álcool por muitos, e ainda pelo criador deste planetinha maravilhoso que teimamos em tratar mal.
Feliz chavões novos, impregnados de bons sentimentos.
Dezembro de 2013
Téo            

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Tiro no pé





José Dirceu, José Genoíno e outros "cumpanheiros" deram tiro no próprio pé quando, ao terem suas penas confirmadas pelos crimes cometidos no processo do "Mensalão", declararam que "suas sentenças foram emitidas num julgamento político, promulgadas por um tribunal de exceção". Esqueceram-se de que eles próprios, em tempos de lucidez, ajudaram o Brasil a recuperar o Estado Direito pelo qual tanto lutaram e do qual o Supremo Tribunal de Justiça é certamente o seu maior símbolo e o órgão que emitiu as suas sentenças. Arrependeram-se dos tempos de lucidez e o desvirtuamento posterior dos seus ideais originais é o que hoje os identifica como cidadãos? 
Téo 18/11/2013
    

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Um drama Royal


Um drama Royal




Foi tamanha a repercussão popular, intempestiva, provocada pela questão de eventuais maltratos recebidos por animais de laboratório do Instituto Royal, provenientes pelos defensores legítimos do respeito aos animais, porém mal informados, que muitos poderão se surpreender com o que aqui comento.
Como sabe a maioria dos meus amigos, AMO A NATUREZA, AMO OS ANIMAIS DE UM MODO GERAL e, principalmente, amo os CÃES, dos quais tenho dois, Nankim e Vida, que fazem parte da minha família. Eu não conseguiria mais viver sem eles.
Por outro lado, por 35 anos dediquei minha vida à pesquisa científica, SÉRIA, seja na USP, seja nas principais empresas internacionais que desenvolvem novas substâncias de uso terapêutico nos medicamentos. Sempre trabalhei, participei e estudei muito sobre os trabalhos científicos que acabaram gerando novos medicamentos, os quais, certamente, todos nós já os utilizamos ao menos uma vez na vida, e que continuam salvando vidas muitas dentre as quais as de familiares e amigos queridos.
Para que tais estudos sejam levados adiante, infelizmente, ainda a participação de certos animais é indispensável numa primeira fase dos estudos, já que a segunda fase é executada em humanos, experimentalmente também. Os animais, portanto, fornecem uma espécie de sinal verde de segurança para que possam ser testados em experimentos nos assim ditos “humanos”. As principais espécies animais que participam de tais estudos, alguns até doando suas vidas (como o fazem, por exemplo, as do gado bovino, que servem ao nosso consumo alimentar) são os camundongos, hamsters, macacos, coelhos e cães, e destes últimos, os principais são os da raça Beagle, pelo seu porte menor, natureza dócil e similitude com a fisiologia humana, proporcionando facilidade no manuseio e avaliação.
Aquele que não deseja, pelos mais variados e respeitáveis motivos, comer carne bovina, simplesmente, pode deixar de fazê-lo, pois existem alternativas ao consumo. Se deixássemos de usar os animais citados nos testes experimentais de laboratório (infelizmente, ainda não existem alternativas a eles), ficaríamos privados de todas as categorias de medicamentos indispensáveis à maioria das mais diferentes indicações, ao menos da terapêutica clássica medicamentosa, que exige comprovação de eficácia por metodologia científica. A terapêutica alternativa, que nos merece todo o respeito, utiliza-se de outras metodologias e tem uso significativo por também demonstrarem em muitos casos sua eficácia. Mesmo as medicações fitoterápicas, caracterizadas pelo emprego de princípios ativos provenientes de vegetais, e que o leigo, equivocadamente muitas vezes as consideram como sinônimos de segurança total, inofensivos, exigem testes experimentais executados naquelas mesmas já citadas espécies animais.
O episódio do Instituto Royal deve ser encarado sem precipitação.
Nas mais diferentes atividades humanas podem, infelizmente, existir as popularmente chamadas “espeluncas”, como por exemplo, pet shops, clínicas bariátricas, clínicas de reprodução assistida, de emagrecimento, produção de medicamentos de categoria duvidosa, etc. Em absoluto, não estou afirmando que a Instituto Royal seja uma delas. Longe disso. Não tenho dados concretos para fazê-lo. Pelo que pude saber tem bom conceito no âmbito científico. Equívocos e falhas ocorrem em qualquer área, não significando que haja dolo.     
Por exemplo, nos centros mais adiantados, na Europa, nos Estados Unidos, e também nas boas universidades brasileiras, os animais de pesquisa dispõem de suas próprias áreas, em biotérios com excelência, formam até departamentos especiais com profissionais treinados, e a pesquisa das empresas farmacêuticas ou de outras que dela necessitam (a NASA, por exemplo,) é realizada em conjunto com as universidades.
Nos USA onde a presença de Beagles ainda é fortemente percebida em trabalhos de pesquisa publicados, o número de testes realizados a cada ano em cães caiu em dois terços, de 195.157 para 64 932 no período 1972-2004 (United States Department of Agriculture: Animal and Plant Health Inspection Service (2004). No Japão as leis sobre as experiências em animais não obrigam a informação sobre os tipos ou número de animais utilizados, e na França, pela proporção de inspetores em relação às instalações de testes, o ambiente regulatório é de absoluta confiança (Wikipédia).
Assim, antes que radicais exponham, sem qualquer noção de conhecimento, as suas revoltas e idiossincrasias, deveriam melhor informar-se sobre os temas alvo de sua revolta. Será que o gado bovino ou ovino, da mesma forma, não mereceria uma investida de protesto contra a sua matança desenfreada? Já tivemos conhecimento de algo assim no Brasil?
Sem qualquer condenação ao Instituto Royal, caso lá tenham ocorrido episódios de desrespeito aos animais, por baixa qualidade de sua atuação, condená-lo da forma que o tem sido, não seria semelhante a que se depreciasse toda a justiça das manifestações populares legítimas que temos visto no Brasil, atendo-se apenas a julga-las a partir das ações dos Blacks Blocs?

Téo – Outubro 2013 

terça-feira, 23 de julho de 2013

Mainardi e o Brasil do PT

Hoje inovei. Nenhum texto de minha autoria. 
Transcrevo no blog um texto que me foi enviado por email como tendo sido publicado no Facebook por seu autor, Diogo Mainardi, cabeça brilhante e de quem sou grande admirador. No entanto, talvez por minha ignorância cibernética, não consegui encontrar o texto na rede social. Como sou rigoroso em citar as fontes de tudo quanto leio, decidi, ao invés de um simples compartilhamento, coloca-lo discretamente aqui no blog, já que o seu brilhante conteúdo tem todas as características do autor jornalista do Manhattan Connection, e que eu aqui denominei "Mainardi e o Brasil do PT". 


"O impeachment, na minha visão, funciona como o botão que se aperta para dar descarga na privada. Você já fez o que precisava ser feito e não precisa mais olhar os seus dejetos, misturados ao papel higiênico usado. E se tudo ainda não for pelo buraco adentro, engolido pelo jorro de água, você aperta o botão de novo. Simples, o impeachment.
Hoje, milhões de brasileiros apertaram o botão que deveria fazer sumir essa bosta de governo petista. Há um misto de repugnância e exasperação nas pessoas. Digamos - para continuar com a imagem escatológica - que estamos sofrendo uma insuportável prisão de ventre que faz doer a barriga, em espasmos. Nossos intestinos estão cheios, empanturrados com fatos e verdades não só sobre as mazelas do Planalto.
Mas o Congresso...meu Deus, três bandidos condenados na Comissão de Justiça? O Renan, julgado corrupto, decidindo o que serve para nós, povo brasileiro? Os congressistas, deputados federais, a maioria sendo processada por"malfeitos", para usar a expressão do FHC? Seriam eles o nosso purgante salvador? Nem pensar. Mais da metade desses indivíduos nem eleitos foram. Eram vice, pagaram as despesas de campanha, o titular se retirou para alguma "boca" combinada previamente e o agora premiado senador senta sua bunda na cadeira para fazer negócios.

Concorrência pública?...quem dá mais comissão leva. Esses caras exageraramcanalhas contumazes, viciados por anos e anos de impunidade. Eles tem alçadas de poder, verbas de tudo quanto é jeito, sinecuras - e agora preparam seus filhotes para lhes suceder na boca rica. O nepotismo corre solto. Não há o que se esperar deles, não virá de lá nenhuma atitude cívica - como votar o impeachment da Dilma.
Pois eles também deveriam ser "impichados". Vale o mesmo sentimento para com a Justiça, que a imprensa todo dia mostra como um vulgar balcão de negócios e interesses. A Petrobras, o BNDES, as estatais...tudo aparelhado pelo Lula e sua quadrilhaA Dilma preside esse lupanar (palavra antiga, puteiro seria melhor) com seu beicinho arrogante, perpetrando absurdos com a cumplicidade de seus 39 (trinta e nove) ministros. Nem vou listar os despautérios, quem não é analfabeto, do MST ou bóia-fria sabe de cor que aquela senhora Dilma extrapolou.

Ela, no passado, conseguiu até falir uma lojinha de badulaques chineses, seu maior empreendimento até ser guindada a ministra pelo pior dos brasileiros vivos, essa desgraça chamada Lula. Então é o seguinte: hoje, as manifestações apertaram o botão da privada, coletivamente, num ato de dignidade e consciência política.Mas lá dentro da privada a merda rodou, rodou - e não foi embora. Falta um balde de água. Falta uma mudança total, de tudo. Falta uma greve geral que tenha a força de liquidar essa quadrilha do PT, incrustada no poder. Falta o impeachment da Dilma. Quem será essa pessoa que vai salvar os restos deste país?"

domingo, 14 de abril de 2013

O Brasil vai muito bem!

O adjetivo que coloco no meu perfil, o de alguém otimista, talvez possa ir pro brejo com esta postagem.
Decido correr o risco. Mesmo porque não creio que esteja colocando em risco quaisquer dos adjetivos que digo me definirem. Quanto ao OTIMISTA, penso que tudo é passível de ser mudado.
Tem sido frequente os nossos "dirigentes" (?), de todos os níveis, virem a público para um blá-blá-blá incansável, nos quais tentam mostrar o que eles chamam de "índices de crescimento plenamente sustentável", "projetos em andamento acelerado", "taxas auspiciosas, de 1º mundo", "estamos no caminho certo", "precisamos fazer com que"...., etc., etc,, etc.
Parece até que consideram ser "pecado" falarem em índices preocupantes, dificuldades em consertar isto e aquilo, precisamos melhorar, o caminho que escolhemos foi equivocado, não é bem assim....etc.. Fica sempre nas entrelinhas o objetivo maior (deles, é claro) que é o de pintarem um quadro cor de rosa, estarem bem, para o longínquo futuro das eleições presidenciais.
Somos BRICS.
Estufamos o peito para ostentar esta sigla de país emergente (alguém poderia me definir exatamente o que é emergente?).
BRICS - Brasil - Rússia - Índia - China - África do Sul.
Mas, pensei numa singular definição de BRICS para o Brasil.
Cheguei ao seguinte:
BRICS BRASIL: Belo, Rico, Injusto, Corrupto, Sério.
Quanto a Belo, que ninguém duvide. Fomos contemplados pela justiça dos céus (e dos portugueses), com uma natureza exuberante! Comprometida pela destruição explicita, pelo turismo explorado pelo improviso, com alguns turistas assassinados em calçadas rente ao mar azul, ou estuprados em vans de city tours. Mas, isto é de somenos importância. Nada que possa manchar nosso símbolo emergente.

Quanto a Rico. Ninguém duvida disto, não é? Particularmente, a maioria dos que exercem cargos públicos não duvida. Não é desta terra que se diz "em se plantando tudo dá"? Sim, somos ricos de uma riqueza mal dividida, inacessível à maioria, que ao sair de cofres públicos estaciona no meio do caminho em bolsos espúrios, e nunca chega a quem ou a o quê deve se prestar. Mas isto é de pouca importância. Nada que possa manchar nosso símbolo de emergente.

Quanto a Injusto. Um pouco deste atributo já mencionamos aqui. Muitos contestarão, perguntarão, especialmente os que desempenham (?) cargos públicos: "mas como, injusto? Não estamos numa democracia? Não há oportunidades iguais para todos? Garantimos universidades para todos. Temos até uma lei de cotas que previne injustiças às minorias. Protegemos nossas crianças, pois a responsabilidade penal continua garantida só partir dos 18 anos. Nossos menores saem recuperados de fundações casa, apartamento, barraco ou debaixo de viadutos. Mas tudo isto é  detalhe que não empana nossa condição de BRICS!

Quanto ao C de Corrupto. Este adjetivo ninguém ousa contestar. A corrupção é uma praga, dizem todos. Mesmo os nossos governantes (?). Conhecedores do assunto, preocupados, dizem que a corrupção sempre  provém de membros do partido rival, de políticos sem escrúpulos - uma minoria -, impatriotas e que não se importam com o bem público. Todos são honestos até que se prove o contrário. Cansamos de provar e eles continuam por aí. Vários deles, extremamente religiosos, ajoelham-se, fazem o Pai Nosso por terem resistido a colocar fortunas nas sacolas, tal como viram colegas muito próximos o fazerem. Ainda outros, dirigentes estrábicos, hipermétropes, míopes, astígmatas, cataráticos, glaucomatosos, gabam-se de nunca terem participado e de nunca terem visto nada. Suas deficiências visuais talvez não os permitiram ver. Mas tudo isto é detalhe que não chega a comprometer o padrão de honestidade que aqui impera e nem destroi nossa condição de BRICS.

Quanto ao S. Um país Sério. Houve um único personagem, aliás, relevante na política internacional, líder de grande potência, arrogante, que ousou dizer que o nosso Brasil, este BRICS de destaque, "não é um país sério". Que petulância! Que intromissão nas questões internas de um país irmão! Como pôde? Temos apagões frequentes, mas nossas linhas de transmissão não precisam de melhorias; nossa reforma judicial pode esperar já que o acúmulo de processos não é tão grande quanto se comenta; nossos presídios são modelo, afinal 30 detentos por m2 está dentro dos padrões internacionais; temos presídios de segurança máxima cujo único deslize é permitir a entrada de telefones celulares e visitas íntimas, mas quase todos eles já possuem sistema de bloqueio (de ambos?). Fazem-se jantares beneficentes para arrecadar fundos para criminosos condenados em última instância; menores de 18 anos se exibem com armas de "brinquedo", sem que seja necessário nenhuma providência oficial; armas privativas do exército aparecem nas mãos de  bandidos comuns e não aparecem as diligências de como isto possa ter ocorrido; prisioneiros saem pela porta da frente de cadeias. É um país tão sério, respeitador da lei, que um jovem, a dois dias de completar 18 anos, matou um estudante universitário de 19 anos após este ter atendido, sem resistência, ao seu pedido de  entregar um telefone celular. Afinal, a lei tem ou não tem que ser cumprida? É menor, então, que vá pra fundação casa, apartamento, maloca, favela ou debaixo de viaduto. Sairá remodelado.
Este de Gaulle é mesmo uma pessoa não grata ao BRASIL- BRICS. Merecidamente!
Téo - Abril 2013        
          
      

sábado, 13 de abril de 2013

Mensagem com atraso

Páscoa terminou há quase um mês. Deixei este texto esquecido num rascunho. Decidí 

reproduzi-lo agora aos meus leitores do blog, já que acredito que cabe para qualquer 

momento 

-que a Verdade Renasça!


-que o Amor verdadeiro Ressurja!


-que vivenciemos a Ressurreição do auxílio desinteressado!


-que nosso olhar Abandone o próprio umbigo!

-que o BEM COLETIVO seja o item número 1 da pauta dos dirigentes;

-que nossos sentimentos SE VOLTEM ao próximo!

-que a Natureza Ressurja em todo o esplendor!

-e que mesmo que a ciência comprove vida em outros astros, ELA DEVE SER PLENA E 

PRESERVADA aqui, NESTE PLANETA EM QUE ESTAMOS!


-que a VIDA volte ser valorizada!


- CABE A NÓS executarmos tudo isto!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Falamos. Mas será que entendemos?


Artigo sobre Acessibilidade publicado na Edição 303 de 11/01/2013 do Jornal Canal Aberto - Ilhabela

As palavras Acesso e Acessível possuem a mesma raiz e estão integradas ao nosso vernáculo. 
Acessibilidade é um dos termos derivados, de mesma raiz. Sua utilização tem aumentado a partir de tempos recentes. Provavelmente, o maior responsável por este acréscimo na utilização seja a sua correlação com garantias de direitos humanos, inclusive aos de certas minorias.
A OMS, Organização Mundial de Saúde, com o objetivo de garantir a inclusão das pessoas com deficiência, têm incrementado a edição de resoluções, regulamentos, relatórios que visam incentivar esta inclusão, razão pela qual Acessibilidade ganhou destaque. 
O Brasil fez sua parte, publicando instrumentos legais específicos para garantir estes direitos.
A OMS estima que cerca de 10% da população mundial possui algum tipo de deficiência. Apesar de tudo, o real entendimento do que é Acessibilidade ainda fica muito aquém do desejável. Além disso, como o termo vincula-se muito às limitações físicas, a possibilidade da sua real compreensão e aplicação é prejudicada por impregnar-se de variadas formas de preconceitos.
Há poucos dias relatei num site de relacionamento uma “aventura” que vivi em consequência de uma dificuldade de acesso num serviço de transporte público. Ficou gravado em minha mente o comentário de alguém: “Téo só mesmo quem sente na pele a limitação pode entender o que você viveu”. Verdadeiro.
Há na população leiga, e mesmo naqueles que teriam a obrigação de conhecer, uma total desinformação da abrangência da Acessibilidade. A grande maioria relaciona o termo apenas à necessidade de se rebaixar calçadas públicas, a ausência de buracos nos passeios públicos e coisas afins.
Acessibilidade é muito mais.
Dar acessibilidade é abrir portas de emprego, é possibilitar o lazer, é permitir o turismo, é incrementar a prática esportiva, é tornar a vida de mobilidade das pessoas independente da caridade ou da boa vontade de outras (se bem que tais gestos são essenciais à vida).
Acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance para a utilização de edificações, espaços, mobiliário, equipamento urbano, transportes e elementos, permitindo a todos os usuários, particularmente a pessoa deficiente ou com mobilidade reduzida, o acesso com igualdade, autonomia e segurança, inclusive dos locais e equipamentos turísticos.  
Possuo muito mais tempo de convivência com minha limitação física (eu a adquiri aos dois anos de idade) do que propriamente a somatória dos tempos dos estudos básicos aos de formação acadêmica nas duas carreiras universitárias que abracei e concluí, e ainda aos de vinculação com, talvez, as mais importantes empresas farmacêuticas internacionais e nacionais.
Na formação da experiência com a deficiência não existem cursos específicos. A escola que mais nos recomenda é a própria vida e a aceitação da limitação. Esta escola e esta aceitação nos permitiram batalhar por melhores condições de Acessibilidade e a consequente integração social da pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida.
Existe uma expressão que talvez seja o maior dos venenos para sufocar qualquer ampliação do exercício da cidadania na inclusão. O termo já foi até tema de famoso quadro humorístico: “ô Coitado”! 
Dar condições de Acessibilidade à pessoa com deficiência física é obrigatório. Não só porque há leis que regulamentam o “planejamento e a urbanização das vias públicas, dos parques e dos demais espaços de uso público, os quais deverão ser concebidos e executados de forma a torná-los acessíveis para as pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida”, mas esta obrigação deve vir muito mais do exercício da cidadania.
Nossa Ilhabela começou recentemente a despertar para a adequação da cidade, fruto de uma melhor ação do poder público. Porém, a sociedade, como um todo, precisa despertar para a importância da sua participação na inclusão. Há muito a fazer, seja pelo poder público seja pelo cidadão comum. Começando pelo correto entendimento do que é acessibilidade.
Eu poderia citar centenas de exemplos reais comigo ocorridos nestes anos todos de convivência com a limitação. Falar sobre todos poderia ser cansativo. Em outra ocasião vou falar de alguns, os mais marcantes. Ass.Téo’’’ Uberreich - Consultor em Acessibilidade, portador de deficiência física e Farmacêutico-Bioquímico.