domingo, 9 de dezembro de 2012

Quem é VIVO nunca aparece

Nova novela da Rede Bobo - "Quem é VIVO nunca aparece" - 


diferentemente da novela fictícia anterior que criei, o personagem principal não passa por situações constrangedoras próprias do portador de deficiência. O Bobo desta corte somos todos nós, consumidores de qualquer produto ou serviço neste país chamado Brasil, Num determinado momento recente este personagem foi seduzido por uma operadora de TVHD a cabo. O nome dela é VIVO, denominação com apenas   quatro letrinhas, mas que contém no seu interior o extenso e pouco saudoso nome TELEFONICA (sem circunflexo - é nome de marca, sei disso,  mas lesa nossa gramática). Pois bem, tinha eu, já há 9 anos, orgulhosamente a assinatura da (dela) rival SKY, nome mais curtinho ainda, mas que nunca me havia falhado em nada a que se propusera. Eis que o esperto e VIVO sedutor bate a porta do bobo consumidor. Chegou com com o firme propósito de tocar no nosso órgão mais frágil: o bolso. Promessas mil,
 particularmente, o de um valor de mensalidade "significativamente" menor do que a sua rival que tão bem me servia. E mais. Acenava com uma redução concomitantemente dos valores do serviço de telefonia e de banda larga. Fui seduzido. Abandonei o antigo amor. O bolso pesou na decisão. Resumo: a qualidade da sedutora é duvidosa para o meu comparativo e absoluto gosto, Passei a ter problemas que jamais tive. Passei a ser frequentador assíduo do terrível serviço de (des)atendimento aos bobos. "Em que posso ajudá-lo?", "Obrigado por aguardar", "seu número de CPF por favor", "tem um telefone adicional para contato?" perguntado pela milésima vez e por favor anote o número de protoc..... toin, toin, toin. Caiu a linha, pela enésima vez. O meu telefone adicional fornecido não serviu para nada. Não retornaram a ligação. Então aconteceu. Não houve redução nenhuma nas respectivas contas e, pasmem, quando precisei mudar o ponto adicional de um quarto para outro (serviço que só pode ser feito pelos VIVOS (segundo os próprios e custa 100 paus debitados na conta), registrei sete diferentes números de protocolo, com seis datas agendadas para o técnico comparecer. Já há 20 dias não veio, apesar das várias promessas. Resumo: QUEM É VIVO NUNCA APARECE. Por favor, seja VIVO, NUNCA ASSISTA ESTA NOVELA. Não se deixe seduzir. SKYpe pela tangente. Mude de canal.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Lembretinho

De repente eles ouviram, sem entender bem de onde vinham as palavras, mas sabiam que vinham de cima:
Caros Mitt e Barak. Não foi por acaso que o Sandy chegou às vésperas das eleições do seu país e fez este estraguinho. Foi só um lembretinho meu para vocês terem juízo, pois um soprinho meu desmonta com a maior facilidade tudo que vocês e outros já construíram ou irão construir. Aliás, aproveitem para retransmitir o lembrete aos seus amigos de outro país grande, ao sul do seu, lá em baixo, tão lindo, de gente linda, descontraída, mas que quase nunca acerta na escolha de quem vai dirigi-lo. Há outros, mas deixa prá lá.    

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Supremo e estranho paradoxo



Com toda a tranquilidade afirmo que há, com muita razão, um clima de euforia generalizada entre nós, brasileiros, ao vermos (e assistirmos) às sessões do Supremo Tribunal de Justiça para julgar os réus daquilo que se convencionou, apropriadamente, chamar de Mensalão
Justifica-se pois, finalmente, colarinhos-brancos dos lesa-Brasil, sentam-se no banco dos réus (não em outros Bancos a que estamos mais habituados a vê-los...).
Com todos os normais argumentos contraditórios chegaram os juízes do Supremo a imputar condenações a diversos réus, porém, ainda com as doses das penas pendentes de fixação. Isto não é relevante para este comentário, pois certamente elas virão.
Já neste ponto do julgamento em andamento ouvem-se   os clamores dos que se dizem injustiçados, e que, sintomaticamente, são provenientes daqueles tidos como as figuras centrais do processo, agora incluídos no rol dos condenados.
Por que digo "estranho paradoxo"? 
José Dirceu e José Genoíno, dois dos condenados, dizem que não se reconheceu neles o que fizeram pela restauração da democracia brasileira nos períodos que precederam e durante o golpe de 1964. Com algumas restrições, talvez se poderia mesmo conceder a eles algum mérito nisto, inclusive, com a boa companhia do ex-presidente Lula. Acrescentam ainda, "os injustiçados", expressões tais como "seja lá o que tenha acontecido, a culpa não é nossa; se a Justiça achou (observação minha: Justiça não acha, julga) o contrário, é porque se aliou aos nossos inimigos" ou ainda, que um deles teria sido "vitimado, de modo cruel, por setores reacionários que constituem parcelas do Judiciário e da Imprensa, e que não poderia ser condenado porque possui uma vida limpa" (!).
O paradoxo é que, a se considerar ser mesmo verdadeiro o fato de terem sido eles baluartes da luta e da vitória contra a ditadura e da construção da Democracia que se respira hoje no Brasil, e cuja expressão máxima do Estado de Direito é o Supremo Tribunal de Justiça, que é agora por eles classificado como equivocado e tendencioso ao condena-los. Isto demonstra, portanto, um autorreconhecimento que teriam sido já derrotados na causa original que alegam para justificar a injustiça. 
O próprio terceiro possível artífice, que já citei aqui, da vitória contra a ditadura da época, questionado agora sobre o mensalão disse (em fonte que ainda não pude confirmar) que "o povo não está preocupado com isso. Está querendo mais é saber se o Palmeiras vai cair e se o Haddad vai ganhar"
Será que estes "heróis" da Democracia teriam lutado para que, cinquenta anos após a revolução de 64, ouvíssemos de suas próprias bocas, conceitos deste tipo? Com certeza esta é mais uma autodeclaração de suas incompetências ou de seus duvidosos objetivos, já de há mais de meio século.                         

domingo, 7 de outubro de 2012

Uma mensagem apolítica e apartidária de PAZ em Ilhabela



Bom dia! Chegamos a este dia 07/10/12 antecedido por muita tensão, muitas posições apaixonadas, agressivas, calorosas, em vista das eleições que transcorrem hoje. Muitas delas saudáveis, outras nem tanto, várias delas lamentáveis pela agressividade. Muitos argumentam que "eleições são assim mesmo". Posso até concordar que têm sido assim mesmo neste Brasil, e nesta Ilhabela parte que é da natureza generosa deste país. Porém, discordo que deva ser assim. Oposição a quem quer que seja é saudável, necessária. No entanto, culturalmente, o brasileiro, certamente com muitas exceções, adotou uma postura de disputa no pior sentido do termo. Eleição é momento decisivo, o direito de tê-las foi conquistado a duras penas, portanto, é momento de expressão de idéias, projetos, valores, que contribuirão com a vida futura de cada um de nós. Não é momento de guerrear. Cria-se no ar uma aura negativa, de energias corrosivas. E Ilhabela não ficou imune. 
Todos sabem que gosto de usar metáforas com temas ligados ao futebol.


Desde que a violência tomou conta, os estádios foram se esvaziando cada vez mais. Pelo menos a frequência de pessoas que gostam de ir pelo amor ao esporte, famílias, mulheres, crianças, idosos, diminuiu. Do interior dos estádios para as ruas, a escalada da violência foi apenas um passo. Como forma de recuperar a platéia, a FIFA prega o Fair Play, expressão que pode ser traduzida como jogo limpo, adversários se respeitando,
Ilhabela, além de ser esta dádiva divina da natureza, de turismo tradicional, será cidade turística oficial da próxima Copa do Mundo. Tal como os estádios se esvaziaram com a violência, temos o risco de que a fama da violência eleitoral ou outras, possam fazer com que os frequentadores de nossa ilha possam também se amedrontar, se afastar. Vivemos do turismo. Cabe a nós, cidadãos ilhabelenses, zelar para que isto não ocorra, o que pode ser conseguido com o respeito a todos e com o desenvolvimento saudável e sustentável.

sábado, 6 de outubro de 2012

Motivação/ Superação/Eleições



GOTAS/ PÍLULAS nº3
Motivação / Superação / Eleições
Todos os que têm acompanhado meus comentários e projetos de trabalho nesta campanha em que me lancei candidato a vereador por Ilhabela, pelo PT do B, partido que integra a coligação que apoia a reeleição de Colucci com Nilce sua vice, certamente, percebem o quanto uso os termos Motivação / Superação.
Muitos poderão perguntar: o que teria a ver os dois termos inseridos num programa de trabalho de um candidato a vereador? Acontece que o significado deles impregnam (e sempre impregnaram) tudo o que faço (e fiz) na vida. Tanto é que uma das minhas atividades é dar palestras para Motivar e para estimular a Superação de obstáculos. Através da minha limitação fui estimulado a superar-me. Hoje tenho uma relação quase afetiva com as lesões, acredite se quiser.
Duas palavrinhas sobre minha história, sem querer impressionar ninguém, nem clamar por pena. Adquiri pólio aos três anos de idade, portanto, há mais de 65 anos. Fiquei tetraplégico, paralisado de membros superiores, inferiores, coluna vertebral, perdi fala e controles fisiológicos. Os que me vêm hoje percebem as sequelas. Naquele tempo não havia medicamentos para isso, nem se conhecia bem sua origem. A vacina Sabin chegou muito mais tarde.
Com tudo isso, me senti Motivado e com disposição para superar. Superei. Motivado. O título da minha palestra é “Deu Zebra, venci” (aos mais jovens explico: zebra é o bicho que representa, no futebol, quando um resultado de partida é inesperado). Assim consegui:
·         Formar-me em dois cursos universitários completos;
·         Ser contratado pelas maiores empresas do setor farmacêutico nacional e internacional;
·         Receber Comenda dada por mérito aos que mais contribuíram ao desenvolvimento da indústria farmacêutica no Brasil;
·         Convidado a representar o setor na ANVISA em Brasília, onde fiquei por um ano e meio, para elaborar novas normas sobre medicamentos no Brasil;
·         Consultor da OPAS, Organização Panamericana de Saúde;
·         Por 4 anos Consultor no Brasil da maior empresa norteamericana de produção de medicamentos por Engenharia Genética, tendência universal, a Amgen Inc.




·         Ajudei a criar o CIEDEF – Centro de Integração Esportiva e Social do Deficiente Físico, destinado a formar atletas deficientes de baixa renda. Vários ali formados já participaram de várias Paralimpíadas;
·         Casei;
·         Tenho 2 filhos,
·         Dirijo automóvel;
·         Nado em piscina e mar,
·         Fui vice-presidente do Conselho Municipal de Saúde de Ilhabela;
·         Voluntário do Observatório Social Ilhabela;
·         Diplomado pelo Conseg por assuidade nas reuniões deste conselho;
·         Ajudei o Prefeito Colucci a criar os novos acessos ao Julião e ao Oscar, e a cria a nova Farmácia Comunitária Municipal.
Não relaciono tudo isto buscando o elogio, mas sim, para demonstrar que é possível mudar, superar, motivar pessoas, em quaisquer situações.
Estes atributos me fizeram participar desta eleição, porque acredito nisso e porque nosso país será tanto melhor quanto mais pessoas crerem e praticarem isso nos cargos de comando, com ética, honradez, transparência, disposição e vontade de colaborar com o próximo, esquecendo de si próprios.   

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

As águas dos rios



Aprendi com as águas dos rios a vencer todos os obstáculos para chegar ao mar. Estou preparado para enfrenta-los nesta nova empreitada que se decide no domingo 7/10/12. Pela minha vida só fiz isso. Superar. Há outras semelhanças. As águas dos rios, em sua marcha ao mar, são obrigadas ainda, ao vencer os obstáculos, a carregar todos os detritos, lixo que se acumulou nas curvas das margens através dos tempos. Como na política exercida com má fé.  

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Mais sobre Acessibilidade em Ilhabela


GOTAS/PÍLULAS DIÁRIAS – Edição de nº 2
Conforme já informei na edição de nº1, o título que dei a esta coluna tem tudo a ver com minha formação profissional, e na qual pretendo divulgar, aos poucos, assuntos que acredito serem relevantes para que eu possa receber seu voto na próxima eleição para vereador - TÉO Nº 70706 - PT do B - integrante da coligação que apoia a reeleição de Colucci Prefeito de Ilhabela, com Nilce para Vice – Pra frente Ilhabela. Caso queira mais informações sobre quem sou ou minhas várias opiniões visite meu blog http://avidatemremedio.blogspot.com.br No entanto, creio que posso oferecer mais, em diversas áreas, com destaque para a Saúde (particularmente, a questão dos MEDICAMENTOS, tema da Edição 1) e a da ACESSIBILIDADE.  
GOTAS/PÍLULAS (2):
- Para muitos, ACESSIBILIDADE é um assunto desconhecido, até mesmo a palavra o é. No Brasil, ainda o assunto é envolvido de muito preconceito.
- De acordo com a ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS), estimava-se na década de 80, em cerca de 500 milhões, em todo o mundo, o número de pessoas portadoras de anomalias sensoriais, físicas e mentais e outras lesões capazes de inibir a capacidade de desempenharem funções básicas. É o grupo dos indivíduos Portadores de Deficiência. Neste grupo, passaram também a ser incluídos, por certas equivalências de características, as gestantes e os idosos, não obviamente como portadores de deficiências, porém, como necessitados de atendimentos diferenciados.
- O Brasil possuía, na ocasião, cerca de 15 milhões de pessoas no grupo assim classificado.
- Os Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência são protegidos constitucionalmente, havendo, inclusive, legislação específica sobre o tema. Para que se possa fazer mais, portanto, nem seriam necessárias legislações adicionais, apenas as do âmbito especial particular, local.

- O assunto tem tudo a ver comigo. Adquiri poliomielite aos 2 anos de idade, tornei-me tetraplégico, incapaz de falar, sem domínio das necessidades fisiológicas e, apesar das sequelas, obtive sucesso numa porção de coisas pela vida, particularmente, formar-me em dois cursos de nível superior.
-ACESSIBILIDADE: é a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização, com segurança e autonomia, de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos.                
- Assim, ACESSIBILIDADE passou a ser ação de destaque para mim.
- Quero Ilhabela acessível a todos aqueles que se incluem nas condições acima, principalmente, para que possam desfrutar, como os demais, das belezas naturais, do turismo, das edificações, dos passeios, usar transportes adequados, das práticas esportivas, inclusive a Vela (já que somos a Capital dela), etc.
Já fiz pela Ilhabela neste campo:
- Trouxe, pioneiramente, para Ilhabela o Projeto Praia Acessível, criado pelo Governo do Estado de São Paulo. Na edição inicial estavam incluídas as praias de Santos e Praia Grande. Consegui que fosse também incluída no Projeto a Ilhabela. Foram, na ocasião, dentre outras coisas, doadas ao nosso Município duas cadeiras de rodas anfíbias (vide foto). Quero ampliar.
  - Neste campo, já participei, como consultor, de adequações acessíveis em algumas pousadas de Ilhabela;
- A atual gestão municipal do prefeito Colucci deu toda a consideração às minhas opiniões na elaboração dos novos calçamentos, concluídos ou em andamento, e aos acessos às praias do Julião e a do Oscar. Haverá mais. (veja foto da inauguração do acesso ao Julião).
TÉO
ACESSIBILIDADE E SAÚDE PRÁ VOCÊ E PRÁ ILHABELA

quinta-feira, 20 de setembro de 2012


Ilhabela, Medicamentos e Atenção Farmacêutica

Estou inaugurando a coluna GOTAS/PÍLULAS DIÁRIAS, título que tem tudo a ver com minha formação profissional, na qual pretendo divulgar, aos poucos, assuntos que acredito serem relevantes para que eu possa receber seu voto na próxima eleição para vereador - TÉO Nº 70706 - PT do B - integrante da coligação que apoia a reeleição de Colucci Prefeito com Nilce para Vice - Pra frente Ilhabela.

Hoje é a de número (1):

- Vivo em Ilhabela há 36 anos. Neste tempo, tive diversas participações em atividades importantes para a Ilhabela. Na minha formação profissional - Farmácia e Bioquímica USP - é um dos temas.
- No início da atual gestão Colucci, propus e fui convidado pelo prefeito a reformular a Padronização e o Armazenamento dos Medicamentos usados pela rede oficial da ilha. A situação herdada naquele momento era lastimável. Estoques insuficientes, relação de produtos desatualisada, almoxarifado estocando mal os produtos, com sérios riscos de comprometer a qualidade dos produtos. Foi este o embrião que levou a atual à melhoria que se observa agora, avançando em todos os sentidos na atual gestão, com a Farmácia Municipal. Esclareço: o Governo Federal tem o Programa Farmácia Popular, e a atual gestão colocou muitos mais medicamentos do pede o programa, gratuitamente distribuídos. Irei batalhar para uma ampliação, diga-se de passagem, sem prejuízo aos estabelecimentos que fazem parte da rede varejista da ilha, segmento que deve ser respeitado. Isto é possível.
 - Existem hoje no Brasil 18.598 farmácias e drogarias no Brasil (Fonte: CFF - Conselho Federal de Farmácia) e cerca de 50.000 fármacos e respectivas apresentações disponíveis, além dos medicamentos de uso restrito a hospitais. Assim mesmo, tenho ouvido críticas impiedosas, até mesmo de pessoas ligadas à saúde, em geral de oposição à atual gestão, no momento em que se depara com a falta eventual de uma medicação. Com certeza, estas mesmas pessoas ao entrarem numa farmácia de grande rede e não encontrarem o que precisam, não põem a boca no mundo como tem feito a atual oposição à Coligação Pra Frente Ilhabela. Sabem que  administrar um arsenal tão grande erros são previsíveis. Com empenho superaremos também isto. Téo      

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Lya, Mainardi e Tito




Ainda não li o livro “A Queda”, de Diogo Mainardi. Ele é o primeiro de uma lista daqueles que me esperam para adquiri-los. Tenho dúvidas sobre a quem admiro mais, se a Lya Luft ou se a Diogo Mainardi. Quero fazer referência ao artigo Pais não cruzam os braços de Lya Luft, Veja - edição 2286, de 12/09/2012. A crônica fez unir estes meus admirados, além de outro e principal personagem, Tito, o qual cala profundamente em mim. Lya me impressiona sempre pela lucidez e pela arte em lidar com os tijolos de construção da nossa língua portuguesa. Diogo, pela mordacidade, pela inteligência e pela extravasão do amor e da forma com que sempre se refere ao seu “diferente” Tito, a quem não conheço por outros caminhos a não ser pelas referências a ele feitas pelo seu famoso pai. Identifico-me perfeitamente com Tito e com Diogo, pois sou “diferente” como Tito, já que tive, como ele, pais iguais no amor e na forma de lidar com a condução da minha tetraplegia adquirida aos dois anos de idade, há quase sete dezenas de anos, sem que nunca eu fosse tratado como “diferente”. Não vou relacionar tudo que recebi e conquistei da vida, e foi muito, através da formação que me deram. Quero, finalmente,  mencionar uma frase que costumo sempre dizer e que traduz a expressão sincera da minha verdade,  a qual a maioria se espanta ou até duvida quando a pronuncio, qual seja a de que “tenho uma relação amistosa, afetiva, de gratidão com minha limitação, pois ela me permitiu adquirir inúmeras qualidades e atributos que talvez não os tivesse caso não a adquirisse e sem que tivesse os pais, não tão cultos como Diogo, nem tão expressivos como Lya, mas plenos de amor, como eles.        
Téo Uberreich

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Campanha Política x Sites de Relacionamento



Prezados amigos,

a campanha eleitoral mal se inicia em nosso município e, como era de se esperar, já existe um debate acirrado entre os favoráveis e aqueles que são contrários a que se faça auto-propaganda/ divulgação de candidatos através dos sites de relacionamento

Como cidadão e pai de jornalista, sempre, com ele, me empenhei em fazer com que o programa radiofônico A Voz do Brasil (mais conhecido como Hora do Brasil) do governo federal, tivesse eliminada a sua exigência de retransmissão obrigatória.

Este ranço de governos autoritários, apesar de ser uma invasão em nossa privacidade, se mantém, apesar da luta contária, já de várias décadas, dos que querem a sua eliminação. Eu, apesar de também candidato, estaria sendo incoerente se fosse, agora, favorável a que se faça propaganda política explicita através dos sites de relacionamento, particularmente no Facebook, o qual, sem dúvida, possui enorme penetração social, pois penso tratar-se, da mesma maneira, de uma intromissão indevida na privacidade coletiva. No entanto, é preciso  esclarecer que tais sites devam, sim, continuar a serem utilizados, porém, como colunas de exposições claras de idéias e pontos de vista sobre os mais variados temas de interesse da coletividade, para que todos os que pleiteiam cargos públicos eleitorais as utilizem, forma com que, ressalto, eu também o farei e, desta forma, o voto se tornar cada vez mais consciente. Finalmente, quero deixar claro, que nada tenho em contrário àqueles que queiram utilizar tais veículos com o fim de repassar seus números e impressos volantes, já que têm total livre arbítrio e direito de assim o fazer. Boas reflexões. 

Abraços Téo

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Acessibilidade. O que é isso?


Não existem dúvidas de que o tema da acessibilidade, tal como o da preservação ambiental, passou a fazer parte da pauta e das ações humanas tendo, para isso, que romper inúmeras barreiras, havendo muitas ainda a serem vencidas.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) afirma os grandes princípios que sustentam, até hoje, a idéia de direitos humanos: liberdade, igualdade, fraternidade e diversidade.

Art.1 - Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
Art. 2 §1 - Todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição.

Os direitos humanos são universais e se aplicam a todos.

Teoricamente, as pessoas com deficiência usufruem os mesmos direitos que os demais cidadãos, mas a discriminação por elas ainda enfrentada é resultado de longo processo, histórico, de exclusão, que faz desse grupo da população um dos mais vulneráveis da sociedade atual.

Avanços significativos foram registrados nas últimas décadas no Brasil e no mundo.

ACESSIBILIDADE

Acessibilidade é acesso. Pode ser entendido como o acesso de qualquer pessoa, incluindo as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, ao meio físico da sociedade, ao transporte e à comunicação, inclusive à digital, garantindo segurança e autonomia.

“Acessibilidade” é definida na legislação brasileira como:

“possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, inclusive digital, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida.

Não existem dúvidas de que as medidas de acessibilidade passaram a ter destaque nos últimos anos e, consequentemente, várias ações concretas tem sido tomadas, inclusive, felizmente, em Ilhabela, paraíso em forma de ilha, local em que resido e amo.

No entanto, a adoção de medidas de acessibilidade possui uma infinidade de regulamentos, normas técnicas ou legislativas, que necessitam ser seguidos. Não é tema para improvisos. Exige a consultoria, a presença de pessoas habilitadas.

Infelizmente, apesar dos progressos, não tem sido assim, não somente em Ilhabela mas por este nosso Brasil afora.

Como morador portador de deficiência vou relatar apenas dois episódios acontecidos recentemente comigo aqui Ilhabela, mas poderia ter sido em qualquer outro local.

É visível a preocupação do poder público com o tema acessibilidade. Exemplifico com o aumento do número de guias calçadas (que em geral terminam em postes ou árvores que reduzem a área de deslocamento e obrigam o cadeirante a retornar e procurar um rebaixamento de guia e, assim, caminhar pelo leito destinado aos automóveis, com risco evidente); novos rebaixamentos e com a reformulação imprescindível num município turístico, dos acessos às praias e demais locais turísticos.

No último dia 17/01/2012 decidi ir à Praia do Oscar, um dos paraísos da ilha, pois sabia ter sido feita lá uma rampa de acesso e, de há muito, existia uma grande vontade minha de ir ao local. Iniciei a descida (íngreme, tenho dúvidas quanto a ter sido respeitada a inclinação máxima exigida legalmente), com todo o cuidado. Há corrimão num dos lados, porém, sem ripas verticais que protegeriam eventuais quedas (o desnível é de cerca de 15 m, creio). Precisei mobilizar dois desconhecidos de boa vontade que me assistiram na aventura de descida e posterior subida. Porém, a linda rampa termina com cerca de 50 cm de altura antes do areião da praia Há, então, um plano inclinado, quase um degrau, e que finda numa área da areia repleta de grandes rochedos que impedem a passagem. As almas caridosas tiveram que erguer a cadeira de rodas motorizada para superar os obstáculos ao acesso.

Segundo assunto, este acontecido no retorno do mesmo passeio descrito. Naqueles dias recentes estreavam na ilha os ônibus municipais fruto de uma concessão à nova empresa responsável pelo serviço. Para minha alegria e, certamente, de outras pessoas com situações físicas semelhantes, a nova frota realiza um velho sonho que eu desconhecia existir na frota anterior. Algumas unidades possuem plataformas elevatórias para cadeirantes, tal como em grandes centros. Resolvi estrear o serviço. Aguardei alguns minutos. Aproximava-se então, ônibus dotado da plataforma, estendi o braço e........... o veículo ameaçou parar, porém, o motorista “não deve ter ido com minha cara” e seguiu em frente. Tudo bem, afinal eu não estava num ponto de ônibus regulamentar. Decidi caminhar (ou rodar?) com minha cadeira até o próximo ponto. Aguardei cerca de 30 minutos até que, aleluia, aproxima-se, outro veiculo dotado da plataforma. Parou, abriu a porta. A emoção já tomava conta de mim. Iria finalmente, depois de 30 anos de vivência na ilha, andar num ônibus da cidade. Ai aconteceu. A cobradora e o motorista, ambos com muito boa vontade, ficaram tentando fazer com que plataforma baixasse ao nível do chão para que eu entrasse. Em vão. Não conseguiram baixar, e a alegação foi de que o equipamento somente se movimentaria através de controle remoto que alguém havia esquecido de colocar no veículo ou eles desconheciam o lugar onde se guarda. Tive que seguir os mil metros finais de retorno do belo “passeio” até minha casa, pelo leito carroçável dos automóveis e motos “respeitadoras” de velocidades permitidas, na minha cadeira de rodas que, diga-se de passagem, não polui nadinha o rico meio ambiente da querida Ilhabela.

Téo Uberreich é Consultor para Assuntos de Acessibilidade e Farmacêutico-Bioquímico        
Referência Bibliográfica: Inclusão digital e social de pessoas com deficiência:
textos de referência para monitores de telecentros. – Brasília: UNESCO,
2007. 73 p. BR/2007/