E agora Francisco Buarque de
Holanda?
APESAR
DE VOCÊ Chico atual, continuarei a ser sempre um apaixonado pela
sua obra artística musical-poética.
Fui participante, como você,
na Universidade, do período negro de 1964, tempo em que sofríamos o duro golpe
da ditadura e da supressão dos nossos direitos democráticos.
Ver hoje você subir num PALANQUE SEM NOME e gritar OUTRA VEZ NÃO!! Além da tristeza, isto me
faz duvidar que a exclamação provém da mesma garganta que entoava as canções do
seu repertório imortal e dos nossos ideais da época.
Certamente não é nem a mesma
garganta nem o mesmo cérebro, pois expressam coisas discrepantes. Você Chico,
corrompeu suas origens tal como o partido político que você defendia em suas
origens, e ainda defende, não é o mesmo, pois foram desvirtuados em 14 anos de
poder.
O que é o OUTRA VEZ que hoje sua garganta
musical- poética brade num palanque sem nome? Não há conexão com AQUELA VEZ nem com aquela VOZ do tempo em que a democracia estava sendo vilipendiada,
atacada, ameaçada pelas forças medíocres do arbítrio.
O tempo e os atores são
outros, Chico.
Uma sociedade livre, com
poderes democráticos em pleno exercício, hoje sem necessidade de nenhuma
pressão político- partidária sai às ruas, espontaneamente, para lutar (palavra
que você tanto gosta) contra a corrupção, contra o governar em proveito
próprio, pela ética, a decência e a moral.
É isto que seus rompidos
neurônios que hoje deixaram de compor jóias poéticas, vêm a público exclamar OUTRA VEZ, NÃO?
OUTRA
VEZ NÃO MESMO, SEU CHICO! Temos outros atores, certamente, e não
exclusivos de uma elite que você diz odiar, mas ama, mas também daqueles que
não são elite, mas que foram também surripiados pelos donos do atual palanque
vazio de escrúpulos.
Hoje você não é quem nos
representa, pois a nossa gente hoje anda falando de frente. Cara a cara! Pois
sabe que na calada da noite nos danamos.
Nós não nos esquecemos de
inventar o perdão como disse você para outros personagens, pois o praticamos,
queremos conciliação.
Apenas reivindicamos
direitos e podemos hoje expressar isto.
Amanhã há de ser outro dia
E aonde você vai se esconder?
Da enorme euforia de água
nova brotando
E a gente se amando
Sem parar!
Pai afasta de mim esse
cálice atual!
CALE-SE! Sr Francisco
Buarque de Holanda.
VAI
PASSAR!
Téo 1º de abril 2016
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