segunda-feira, 4 de abril de 2016

E agora Francisco?

E agora Francisco Buarque de Holanda?
APESAR DE VOCÊ Chico atual, continuarei a ser sempre um apaixonado pela sua obra artística musical-poética.


Fui participante, como você, na Universidade, do período negro de 1964, tempo em que sofríamos o duro golpe da ditadura e da supressão dos nossos direitos democráticos.

Ver hoje você subir num PALANQUE SEM NOME e gritar OUTRA VEZ NÃO!! Além da tristeza, isto me faz duvidar que a exclamação provém da mesma garganta que entoava as canções do seu repertório imortal e dos nossos ideais da época.
Certamente não é nem a mesma garganta nem o mesmo cérebro, pois expressam coisas discrepantes. Você Chico, corrompeu suas origens tal como o partido político que você defendia em suas origens, e ainda defende, não é o mesmo, pois foram desvirtuados em 14 anos de poder.
O que é o OUTRA VEZ que hoje sua garganta musical- poética brade num palanque sem nome? Não há conexão com AQUELA VEZ nem com aquela VOZ do tempo em que a democracia estava sendo vilipendiada, atacada, ameaçada pelas forças medíocres do arbítrio.
O tempo e os atores são outros, Chico.
Uma sociedade livre, com poderes democráticos em pleno exercício, hoje sem necessidade de nenhuma pressão político- partidária sai às ruas, espontaneamente, para lutar (palavra que você tanto gosta) contra a corrupção, contra o governar em proveito próprio, pela ética, a decência e a moral.
É isto que seus rompidos neurônios que hoje deixaram de compor jóias poéticas, vêm a público exclamar OUTRA VEZ, NÃO?
OUTRA VEZ NÃO MESMO, SEU CHICO! Temos outros atores, certamente, e não exclusivos de uma elite que você diz odiar, mas ama, mas também daqueles que não são elite, mas que foram também surripiados pelos donos do atual palanque vazio de escrúpulos.
Hoje você não é quem nos representa, pois a nossa gente hoje anda falando de frente. Cara a cara! Pois sabe que na calada da noite nos danamos.
Nós não nos esquecemos de inventar o perdão como disse você para outros personagens, pois o praticamos, queremos conciliação.
Apenas reivindicamos direitos e podemos hoje expressar isto.
Amanhã há de ser outro dia
E aonde você vai se esconder?
Da enorme euforia de água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar!
Pai afasta de mim esse cálice atual!
CALE-SE! Sr Francisco Buarque de Holanda.

VAI PASSAR!
Téo 1º de abril 2016

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