sábado, 17 de setembro de 2016

Qual Ilhabela queremos?


QUAL ILHABELA QUEREMOS?


OU esta?

                 

Há 35 anos Ilhabela entrou na minha vida. Há 
35 anos passei a frequentá-la com minha família. Moramos nela há 10 anos. Tive por ela amor à primeira vista.
Plagiando letra de música (que talvez os jovens de hoje nunca a tenham escutado) “desde que encontrei ela nunca mais amei ninguém” (exceção de minha mulher e filhos, claro). Finais de semana, feriadões, feriadinhos, temporadas de verão e de inverno eram aqui mesmo.
Mas o quê foi o que me encantou nesta Ilhabela, outrora mágica?
Estou sendo injusto com a Mãe Natureza. No que depende dela, Ilhabela continua mágica. Mas o ser humano, animal predador, a descobriu, como era, aliás, óbvio que a descobriria, e era é natural que seria estimulado a descobri-la. Mas no meio dos “descobridores”, estavam gananciosos espécimes, homens públicos, nativos ou forasteiros, que passaram a exercer aqui, com algumas exceções, o jeito brasileiro de “governar”.
E o encanto da ilha? a magia?...., ora, ora..... estas coisas não têm a menor importância para eles, desde que......
Um caso de cegueira de quem olha só o próprio umbigo.
Aquilo que me atraiu, e que, certamente, atraiu também a todos que conheceram a Ilhabela verdadeira, ao vivo, por fotos ou por ouvir falar, foram suas águas límpidas, suas praias nas quais se podia andar sem tropeçar em milhares de guarda-sóis e espreguiçadeiras, onde artesãos encontravam com maior facilidade a inspiração para sua arte, onde garçons não te atacavam para vender uma garrafa de água para o dono daquele pedaço de areia que é nossa, onde se podia sentar na areia e visualizar a natureza exuberante ao redor e não apenas a parafernália de cores de milhares de tetos de barracas e as bandeirinhas indicando praia imprópria para banho, impedindo a visão do céu azul brilhante e a do mar.
Sem saudosismos, os tempos mudaram, mas aquela magia e encanto que me apaixonaram, e da mesma maneira aos turistas nacionais e do exterior, foram os ingredientes que fizeram a ilha se projetar internacionalmente.
Com os bem-vindos turistas, também vieram políticos tão ávidos de exercer seu jeito brasileiro de “governar”.
Com visão limitada (para não dizer outras coisas) reconheceram que Ilhabela tinha nas mãos a riquíssima indústria do turismo. E a exploraram, Em todos os sentidos. Mas, esqueceram de que incentivar o turismo significa, prévia ou paralelamente, dar todas as condições de reforçar a infra-estrutura que permita ao visitante encontrar o conforto que lhe proporcione desfrutar com bem estar das belezas do local, incentivando-os a retornar. Contra senso ou ignorância? Dá no mesmo.
Esqueceram que não há turismo de qualidade sem que, previa ou paralelamente, se VALORIZE a POPULAÇÃO LOCAL, o HABITANTE LOCAL, e lhe dê tudo o que há de formação, desenvolvimento, conforto, escolaridade, saúde, conhecimentos, trabalho e empregos relacionados e voltados principalmente aos interesses locais.
Desculpem-me o termo vulgar e chulo, nada científico, mas tudo isto tem sido feito de modo intra-femoris, de modo agressivo à manutenção dos valores próprios desta ilha mágica e encantadora.
TÉO - 17/09/16

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